Começam hoje, dia 22 de novembro, as oficinas no Espaço FAZER, parte integrante da exposição “Produção artesanal portuguesa: a atualidade do saber fazer ancestral”. Com o objetivo de proporcionar um contacto direto com materiais, matérias-primas, técnicas e uma experiência de iniciação em seis artes diferentes, conduzidas pelas artesãs e artesãos, detentores desse conhecimento, estas oficinas vão decorrer até dia 27 de novembro e terão como participantes, na sua maioria, estudantes de educação artística, artistas, artesãos e público interessado nesta área. Neste primeiro dia, os participantes vão poder “vivenciar o fazer” das técnicas ancestrais da Cestaria em Vime, com Alcídio Andrade dos Açores; e das Rendas de Bilros, com Isabel Carneiro, da Associação para Defesa do Artesanato e Património de Vila do Conde.
Na oficina de cestaria de vime terão oportunidade de iniciar e acabar um cesto simples, um tipo de produção existente um pouco por todo o país e que nos Açores conhece formas locais próprias, como as cestas folhas de trevo ou as cestas do camponês. A oficina das rendas de bilros consistirá na execução de uma amostra de renda, utilizando os três utensílios habituais necessários, como a almofada, bilros e o cartão com o desenho da renda marcada através de picotado, aos quais se juntam a linha e os alfinetes. As rendas de bilros são uma das artes mais notáveis da tradição têxtil portuguesa, com maior incidência junto ao litoral, em comunidades com tradição piscatória (Vila do Conde e Peniche).
Decorrerão ainda, até à próxima segunda-feira, as oficinas de Bordado de Castelo Branco (pelo Centro de Interpretação do Bordado), de Cestaria em bunho (com Manuel Ferreira), de Cestaria em cana (com Domingos Vaz) e de Empreita de Palma (com Maria João Gomes, das Palmas Douradas).
Para além do Espaço Fazer, a exposição comporta ainda uma sala dividida em quatro áreas temáticas, que destacam dimensões que caracterizam a produção artesanal. Uma área é destinada ao Simbólico, com objetos que evidenciam dimensões afetivas, rituais e de relação com um coletivo, como é o caso das máscaras. Outra é dedicada à Inteligência material, onde se encontram peças que têm origem na satisfação de necessidades próprias de um contexto marcadamente rural e que ainda hoje representam soluções para o dia-a-dia, como mobiliário, objetos para confecionar e servir alimentos, bilhas para guardar água ou talhas para armazenamento de vinho, entre outras. Uma outra secção desta sala é a da Minúcia técnica, ou seja, dedicada à competência técnica e ao trabalho mais delicado, como é o caso, das rendas de bilros, das colheres de madeira “bordadas” (arte conhecida como pastoril), ou do empedrado da olaria de Nisa. Outra área expositiva é subordinada ao tema Abrigo, onde se apresentam artes ligadas ao que cobre o corpo e o ambiente da casa, como chapéus, croças (capas feitas de diferentes camadas de junco tecido e torcido), peças de traje saídas de teares manuais, mantas de lã, uma colcha bordada a seda de Castelo Branco, entre outras.
Numa zona de transição, entre estas duas salas, é evocada a Paisagem através de um filme, com imagens de diferentes ambientes naturais do país dos quais se extraem as matérias-primas que vão dar corpo a algumas produções artesanais locais. Passamos depois à secção das Matérias-Primas, onde os visitantes poderão tocar e cheirar alguns exemplares, tais como o bunho, a junça, a cana, a cortiça, a lã natural, o linho ou a seda e os casulos de onde esta provem.
Amanhã, a Exposição abre ao público em geral, entre as 10h00 e as 18h30, e ficará patente até dia 27 de novembro. A Entrada é gratuita.
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