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Carvalhos

Material

Nome comum da planta

carvalho-português (carvalho-cerquinho), carvalho-alvarinho, carvalho-negral, carvalho-de-monchique, carvalhiça (carvalho-anão), sobreiro, azinheira, carrasco

Nome científico da planta

Quercus faginea L., Quercus robur L., Quercus pyrenaica Willd., Quercus canariensis Willd., Quercus lusitanica Lam., Quercus suber L., Quercus rotundifolia L., Quercus coccifera L. (respetivamente).

Distribuição no território nacional

Imagem da espécie Castanea sativa por Peter O'Connor ©Jardim Botânico UTAD, Flora Digital de Portugal

Os carvalhos (espécies do género Quercus L.) são árvores de folha caduca (cai no outono e inverno), perene ou marcescente; neste último caso, as folhas só caem com o nascimento de novas folhas. O carvalho-português (cerquinho) pode atingir cerca de 20 metros de altura e o carvalho-alvarinho pode ultrapassar os 40 metros, com uma longevidade de centenas de anos.

A floração dá-se entre março e abril e o fruto, a bolota (glande), atinge a maturação entre setembro e outubro. Os frutos são importantes na tradicional alimentação animal, devido ao elevado teor de nutrientes (proteínas, gordura, hidratos de carbono, minerais), em especial para javalis, veados, esquilos, pássaros e, também, para animais domésticos, como os suínos. No passado, a bolota fez parte da alimentação humana, sob a forma de farinha para manufatura de produtos semelhantes ao pão, e, recentemente, na doçaria, sendo também consumida torrada.

Os carvalhos produzem madeira de alta qualidade, resistente, densa e fácil de ser trabalhada. Utiliza-se para o fabrico de barricas de vinho e mobiliário (carvalho-alvarinho e carvalho-português); nas artes tradicionais é utilizada na produção de cestaria de madeira rachada.

O sobreiro (Quercus suber L.) possui um importante valor económico, sendo dele que se extrai a cortiça, matéria-prima extremamente versátil e largamente aplicada tanto na indústria vinícola (rolha), como na indústria da construção civil, do calçado, etc. Tem uma relevante importância na economia nacional, sendo Portugal o maior exportador mundial de cortiça.

Durante a época da expansão marítima, os carvalhos foram muito utilizados na construção naval, o que provocou uma diminuição significativa da sua mancha florestal. No século XIX e no início do séc. XX, a agricultura substitui muitos bosques e a posterior reflorestação foi feita com outras espécies, como o pinheiro e o eucalipto, que são mais rentáveis e proveitosas para a indústria de papel. De acordo com o 6.º Inventário Florestal Nacional (2015), a superfície ocupada pelos carvalhos (excepto sobreiro e azinheira) ocupa apenas 81.7 mil hectares do território nacional.

Tem sido criada legislação que visa proteger e dar a conhecer a floresta nativa, como a resolução da Assembleia da República, aprovada em 22 de Dezembro de 2011, que instituiu o sobreiro como árvore nacional de Portugal.

  

Bibliografia 

  • Pinho, João Pinho; Santos, Cristina; Sampaio (2020). Árvores indígenas em Portugal Continental. Guia de utilização. Lisboa: ICNF [disponível em icnf.pt]  
  • Vila-Viçosa, Carlos; Capelo, Jorge; Alves, Paulo; Almeida, Rubim; Vázquez, Francisco Maria (2023). New annotated checklist of the Portuguese oaks (Quercus, Fagaceae). Mediterranean Botany ISSNe 2603-9109 [disponível em revistas.ucm.es]  

  

Webgrafia

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