Na construção das violas as madeiras são selecionadas criteriosamente, de acordo com a forma como as peças foram cortadas, o nível de secagem, a disposição dos veios, a textura e a qualidade das diversas partes do instrumento. Os tipos de madeira usados são escolhidos em função das suas propriedades acústicas, estéticas e valor económico. São preferidas pelos violeiros «as madeiras sem nós, com veios finos e regulares: tampo harmónico superior da caixa de ressonância: pinho-branco, espruce e tília; ilhargas e tampo harmónico inferior: plátano, pau-santo, mogno, nogueira e cerejeira; braço: plátano, amieiro, tília, castanho, pinheiro-silvestre, mogno (Madeira) e cedro (Açores); escala: ébano, pau-preto, pau-santo, ou qualquer outra madeira com uma infusão escura; cavalete: nogueira, pau-santo, ébano ou pereira; orlas da boca e do tampo superior harmónico: habitualmente decoradas com embutidos de madeira escura ou com pinturas manuais» (Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX).
Os construtores têm sido responsáveis pela evolução dos instrumentos musicais populares, considerando que alguns, também tocadores, conheciam as características, potencialidades e fragilidades dos instrumentos. Por vezes, eram os músicos que «perante as limitações sonoras e/ou técnicas que encontravam no instrumento, aconselhavam o construtor a experimentar soluções novas e madeiras diferentes, corrigir deficiências e melhorar a qualidade do instrumento» (Caderno de Especificações para a Certificação, Viola Braguesa).
O processo de construção das violas portuguesas foi sendo reajustado de acordo com as necessidades culturais e musicais regionais, assim como às exigências dos seus tocadores «factos que implicaram transformações ao nível das técnicas de construção, nomeadamente, no volume da caixa de ressonância, no melhoramento do braço com o ajuste das suas medidas» (Violas da Terra – Açores, Caderno de Especificações Técnicas).
As ferramentas utilizadas são variadas: serrotes e serras de recorte, plainas, formões, lixas, grampos, compassos de corte, boneca de pano para envernizamento e três máquinas – berbequim, ferro de dobrar, ilhargas e lixadora elétrica (Caderno de Especificações para a Certificação, Viola Beiroa).