A água corre para o mar
A exposição "A água corre para o mar" tem por base o conceito de sustentabilidade, procurando realçar a atualidade dos objetos artesanais elaborados com matérias-primas naturais.
O mar é um dos elementos centrais da cultura portuguesa, sendo omnipresente na extensa costa do território continental e arquipélagos dos Açores e da Madeira. Destaca-se a produção artesanal costeira e, em particular a açoriana, valorizando a sua profunda relação com o território e a paisagem, particularmente a água e o mar. Apresentam-se objetos das mais variadas tipologias e materiais – cerâmica, cestaria, madeira, fibras vegetais e rendas – conjugando o saber-fazer artesanal com a produção contemporânea.
Meter água
Recipientes para transporte, acondicionamento ou consumo de água. Devido às suas características materiais e versatilidade, a cerâmica e a cortiça constituem matérias-primas de excelência na sua relação com a água. São soluções naturais milenares para refrescar e conter a água com baixos custos energéticos.
Por água abaixo
Artes de pesca para capturar peixes e polvos, o covo e o alcatruz são armadilhas de abrigo depositadas no fundo do oceano. Tanto o vime como o barro são materiais naturais e sustentáveis, não causando danos a outras espécies nem impacto ambiental negativo.
Quem vai ao mar avia-se em terra
Artes associadas às comunidades marítimas. A renda de bilros viajou para vários pontos do território português, com maior incidência junto ao litoral. Atualmente, os dois principais centros de referência na produção desta renda em Portugal são Vila do Conde e Peniche. A cestaria feita com madeira rachada solucionou a produção de recipientes úteis em diversas tarefas agrícolas e da pesca. A canastra é um modelo usado à cabeça no transporte e venda ambulante de peixe, nomeadamente pelas varinas.
Nem todo o mar é água
Os artesãos açorianos trabalham habilmente os recursos que o mar lhes fornece, como as escamas de peixe ou o osso de baleia. O mar também prepara a matéria-prima, como a madeira que é transportada pelas ondas e transformada em objetos utilitários.
A água tudo lava
A água é um elemento central na produção artesanal, desde a olaria ao tratamento das fibras vegetais, este elemento está sempre presente nalgum momento do processo. Destacam-se duas artes cuja preparação ou produção tem na água um elemento preponderante.
Expo Osaka 2025
A Exposição "A água corre para o mar" esteve no Pavilhão de Portugal, na Exposição Universal de Osaka 2025, Japão, entre os dias 21 e 31 de agosto de 2025.
A exposição foi acompanhada por uma PROGRAMAÇÃO CULTURAL que promoveu o cruzamento entre tradição e contemporaneidade:
De 23 a 28 de agosto, com sessões às 11h00–12h30 e 15h00–16h30, os artesãos Manuel Ferreira (mobiliário de bunho) e Domingos Vaz (cestaria de cana) orientaram oficinas práticas de experimentação em torno de técnicas tradicionais com materiais sustentáveis.
Nos dias 22, 28, 29 e 30 agosto, às 20h30, o Pavilhão de Portugal foi palco de atuações:
- 22 agosto – "O Gajo"
- 28 agosto – "Bandua"
- 29 agosto – "Expresso Transatlântico"
- 30 agosto – "A Cantadeira"
Parcerias
Ficha Técnica
- Curadoria: Ministério da Cultura, Juventude e Desporto; Direção Geral das Artes / Programa Saber Fazer
- Consultoria: The Home Project Design Studio
- Design Gráfico: Ophelia Estúdio
- Montagem: Helena Martelo, Rita Jerónimo / Programa Saber Fazer; AICEP / Pavilhão de Portugal 2025